Professor Rafael Vasconcelos

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LETRAMENTO DIGITAL

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resenha Crítica do livro O Jogo Dramático Infantil, de Peter Slade

Por Rafael Vasconcelos           

          Peter Slade em seu livro O Jogo Dramático Infantil, faz contribuição significativas para um trabalho em sala de aula, usando a linguagem teatral como material didático. Slade apresenta de forma sucinta e prática, meios para que o professor possa utilizar o teatro em sala de aula como um bem maior, muito mais do que uma representação de cena, ele nos mostra de forma clara e objetiva como utilizar do jogo teatral para transformar o aluno. Transformações esta de extrema importância para o viver escolar da criança, despertando o sentido de pesquisa, desinibição, trabalho em equipe, respeito às regras dentre tantos outros pontos primordiais para o bom desenvolvimento do aluno. 

            Ao contrário do que muitos possam imaginar, a relação entre teatro e jogo teatral é estreita. Não é raro encontrar professores que utilizam deste método teatral como forma única de representação, com isso, diversas frustrações são sentidas pelo educador. O teatro é muito mais que a escolha de um bom texto e distribuição de personagens. Slade foca o teatro como forma de conhecimento particular e meio de descoberta pessoal da criança.

Em seu livro fica evidente o estreitamento da relação entre teatro e jogo teatral, uma vez que muitos educadores partem desta atividade para conceber seus espetáculos.  Nota-se que o objetivo de se trabalhar com jogos teatrais em sala de aula é a de visar a passagem do teatro concebido como ilusão para o teatro concebido como realidade cênica. Com isso fica claro que tão estreita pode ser a relação teatro e jogo, quanto jogo e vida. Esta falta do jogar na vida do indivíduo, ou seja, da criança pode significar uma parte importante do seu ser, como perdida. E é justamente esta parte perdida, desconhecida e não criada do seu próprio eu, que passa a ser um elo perdido dando vazão a causas e dificuldades que a criança enfrentará nos anos que virão de sua vida. (SLADE, 1978, p.20).

Defendendo esta idéia Slade vem como precursor do teatro criativo, definindo sua terminologia jogo dramático infantil como: “uma forma de arte por direito próprio, não é uma atividade inventada por alguém, mas sim o comportamento real dos seres humanos.” Segundo ele, o jogo dramático “é uma parte vital da vida jovem. Não é uma atividade de ócio, mas antes a maneira de a criança pensar, comprovar, relaxar, trabalhar, lembrar, ousar, experimentar, criar e absorver” (SLADE, 1978, p.17).
            Slade vai além e atribui a simples ação do jogar, neste caso dando o sentido do brincar e faz de conta; como um impulso primordial a raiz do jogo dramático. A brincadeira pode vir como forma de representar, representação esta que faz com que a brincadeira teatral infantil apresente ocasiões de caracterizações e situações emocionais com tamanha nitidez, que com isso, acabam por ascender à criança para o jogo dramático.  As categorias propostas por Slade não estão de acordo com a distinção entre jogo realista no qual a situação a ser encenada é logo de cara pré estabelecida pelo orientador, seja ele, professor ou diretor teatral;  e jogo imaginativo, em que a atividade em que a encenação é o fruto da imaginação e criatividade particular do indivíduo, não contando assim com qualquer tipo de interferência externa, como estabelecem alguns teóricos. Slade expõe sua opinião sobre a questão:

[...] “o jogo (e certamente nos estágios mais precoces) é tão fluído, contendo a qualquer momento experiências da vida cotidiana exterior e da vida imaginativa interior, que se torna discutível se um deveria ser encarado como uma atividade distinta do outro. É importante, naturalmente que a diferença seja compreendida, mas a distinção pertence mais ao intelecto do que ao jogo propriamente dito. A criança sadia se desenvolve para a realidade à medida que vai ganhando experiência de vida” (SLADE, 1978, p. 19).

Slade, porém, não destrói o jogo realista, pelo contrário, ele ainda o sugere dentre as dinâmicas e exercícios descritas e propostas por ele. O que ele defende é o fato de que o mediador (professor ou diretor teatral), não efetive uma divisão entre esse jogo e o jogo imaginário, uma vez que, na prática, tanto um quanto o outro dificilmente são unidos. Sendo o autor propõe a distinção entre jogo projetado e jogo pessoal. O primeiro caso é “mais evidente nos estágios mais precoces da criança pequena, que ainda não está pronta para usar seu corpo totalmente” (SLADE, 1978, p. 19). "Por conta disso, no jogo projetado, o corpo é usado com algumas restrições, ao contrário da mente, que é amplamente ativada. Há uma tendência à quietude e a principal parte do corpo utilizada são as mãos, pois essa categoria conta com a presença de objetos ou brinquedos que “ou assumem caracteres da mente ou se tornam parte do local [...] onde o drama acontece” (SLADE, 1978, p. 19).

É por volta dos cinco anos de idade que o jogo pessoal se manifesta e se intensifica de acordo com o controle exercida pela criança sobre o seu corpo. De acordo com Slade “é o drama óbvio: a pessoa inteira ou o ‘eu’ total é usado. Ele se caracteriza por movimento e notamos a dança entrando e a experiência de serem coisas ou pessoas” (1978, p. 19). Nota-se, nesse caso, a disposição da criança para o barulho e para o esforço físico.

Em se tratando da influência do jogo na vida da pessoa, pode-se esperar, segundo o autor, contribuições específicas de cada categoria. Do jogo projetado pode-se ter, como provável, o desenvolvimento de atividades relacionadas à arte, jogos e esportes calmos, bem como a habilidade em ler e escrever. Já do jogo pessoal, espera-se a contribuição na propagação das mais variadas formas de atuação, tais como esportes que envolvem ação, liderança e controle pessoal.


sábado, 13 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ti Ti Ti do Dia.

Por Rafael Vasconcelos


A Rádio Jovem Pan deu a seguinte notícia hoje em seu perfil do Twitter: "Ricky Martin diz que vai casar com namorado em segredo."
1º - Se o astro pop fez tal divulgação, certamente já não é mais segredo.
2º - Se ele irá se casar, é obvio que será com o seu namorado.


Portanto anuncio: "Ricky Martin declarou nesta quinta feira, que se casará em breve. Data e local da cerimônia será mantida em segredo. 2010 está sendo o ano das revelações para o cantor. Após declarar sua homossexualidade o astro pop lançou neste mês sua biografia onde revela em detalhes sobre sua passagem no grupo Menudo e da sua vida particular".


E mais revelações:


Na madrugada de hoje, o autor Walcyr Carrasco revelou em seu perfil do Twitter que já está escrevendo seu mais novo folhetim, que terá como pano de fundo o significado da  alma e a força divina que cria a vida.  Afirmou que a trama não se trata de espiritismo, mas  tem como foco responder a questão sobre onde está a essência divina que produz a vida.
Walcyr revelou também que deu inicio nesta semana a uma forte dieta sob a supervisão do médico Eduardo Gomes de Azevedo, da clínica Ana Aslan. O regime do Dr. eduardo Gomes de Azevedo é baseado no tipo sanguíneo de cada um, portanto, cada pessoa possui uma dieta diferenciada.  O autor declara também que é super indicisplinado, e ainda cita, "Meus paletós não servem mais; Os botões das minhas camisas estouram no umbigo e ficam aqueles pelinhos para fora (...) Meu personal trainer, me castiga na esteira! E mesmo assim não tomo jeito".
Coincidência ou não, um dos núcleos da nova novela de Walcyr Carrasco será justamente um Spa. Algumas atrizes que integrarão este núcleo já foi confirmada pelo autor como, por exemplo,  Cissa Guimarães que será a proprietária e Flávia Garrafa, a médica. Susy Rego será uma mulher que irá lutar contra a obesidade, mas foge da dieta roubando doces e chocolates as escondidas.  Neste núcleo a presença de Cristina Mutarelli, Mirian Lins e Neusa Maria Faro, também já estão confirmadas.  Encerrando as revelações de seu novo folhetim, Walcyr declara que Cláudia Rodrigues voltará à televisão numa participação pra lá de especial no núcleo do Spa que promete ser cenário de muita confusão, armação e risos.  
A novela ainda não tem data e horário confirmado, mas tudo leva a crer que será a substituta do atual sucesso Ti Ti Ti, no horário das 19h da Rede Globo. É aguardar para ver.



O SAMBISTA SEM VOZ

Por Rafael Vasconcelos


O Mundo ainda se recuperava do trauma do naufrágio do maior navio já construído até então, o Titanic, quando a exatos 85 dias após, no dia 06 de julho de 1912, vem ao mundo João Rubinato. Filho de Fernando e Ema Rubinato, imigrantes italianos de Veneza que se radicaram no Brasil, mais precisamente na cidade de Valinhos interior do estado de São Paulo. Sua data de nascimento foi adulterada para 06 de agosto de 1910, para que o garoto pudesse mais tarde vir a trabalhar. Ainda pequeno muda-se com os pais para a cidade de Jundiaí, interior paulista, e é matriculado na escola Siqueira Moraes onde hoje funciona a Pinacoteca de Jundiaí, antigo espaço da Biblioteca Municipal Profº Nelson Foot.

            Neste mesmo período o garoto, já com sua data de nascimento adulterada, é contratado para trabalhar nos vagões de cargas da estrada de Ferro Jundiaí – Santos. Desde cedo a mãe Ema lutava para que o filho freqüentasse a escola, efeito este que só era obtido após algumas sessões de varas de marmelo. Em 1924, muda-se para a grande São Paulo na cidade de Santo André, onde arruma o ofício de tecelão, pintor, encanador, serralheiro, mascate e garçom. Matricula-se na escola Liceu das Artes onde se qualifica a Ajustador Mecânico. Com experiências profissionais como bagagem, decide se mudar para a capital paulista e passa a morar em uma pensão. Neste período o jovem com apenas 12 anos de idade, começa a compor suas primeiras canções. Após muitos gongos no programa de rádio de Jorge Amaral, João vence um singelo concurso com o samba Filosofia de Noel Rosa.

            Em 1933, João assina contrato com uma rádio paulista e passa a cantar em um programa semanal de 15 minutos, com o acompanhamento de bandas regionais. É neste ano que João Rubinato muda seu nome de batismo para o nome que veio a consagrá-lo no Brasil, Adoniran Barbosa. A escolha do nome Adoniran foi uma homenagem ao amigo de longas boemias e o Barbosa foi extraído também em uma homenagem do sambista Luiz Barbosa, grande ídolo do compositor na época.  No ano seguinte compõe em parceria de J. Aimbarê, a marchinha de carnaval Dona Boa. Canção que lhe rendeu o 1º lugar no concurso carnavalesco organizado pela Prefeitura de São Paulo, no ano seguinte. Com o sucesso estrondoso da marchinha, decide se casar com Olga, uma moça que namorava há um tempo. Seu casamento durou pouco menos de um ano, mas foi do fruto deste relacionamento que nasce sua única filha, Maria Helena. O sucesso desta canção o leva a assinar contrato com a Rádio Record onde só saiu após sua aposentadoria em 1972. E Foi lá que Adoniran passou a desenvolver outros dotes artísticos, como o humorismo e o rádio-teatro.

            Com um bom contrato e já reconhecido pelos paulistanos, Adoniran cria mais um de seus maiores sucessos, desta vez não foi um samba e sim os personagens que ele mesmo protagonizou, Pernafina e Jean Rubinet. Em 1945, estréia no cinema com o filme PIF-PAF. Casa-se pela segunda vem em 1949, com Matilde de Luttis, que veio a ser sua companheira por mais de 30 anos. Matilde além de esposa, também dividiu composições com Adoniram nas canções Pra que Chorar? e A Garota Vem Descendo. Foi no filme, O Cangaceiro, de Lima Barreto, na indústria cinematográfica Vera Cruz que Adoniran tem o seu maior desempenho e reconhecimento. Nesta época compõe sucessos como que quase sempre foram gravadas pelos paulistanos sambistas, Demônios da Garoa. Mais prêmios em concursos foram conquistados com as canções Malvina e Joga a chave. Dentre as canções também premiadas estão, Samba de Ernesto, Trem das Onze, Saudosa Maloca dentre outras.

            Em 1955 estreou sua mais nova criação, o personagem Charutinho, que veio a ser o seu maior sucesso no rádio, no programa Histórias das Malocas de Oswaldo Molles. Se não bastasse a sua contribuição artística no rádio como cantor, compositor e ator, Adoniran também faz parte da história televisiva brasileira, participando das primeiras tele novelas da TV Tupi, como por exemplo, A Pensão de D. Isaura. Mas o seu reconhecimento de fato só veio com a gravação de seu primeiro disco em 1973. Período este que o Brasil o reconhece como um grande compositor. Passou a maior parte da sua vida no bairro do Bixiga, Bela Vista em São Paulo. Tal paixão pelo o seu bairro de coração, pode ser nitidamente sentida em muitas de suas composições. Tanto que lhe rendeu um espaço no Especial de Elis Regina transmitido pelo canal Bandeirantes, ao qual durante um bate papo vai apresentando seu bairro a cantora, até pararem em um botequim e soltarem o gogó na boa e velha, Saudosa Maloca. Esta sua participação no programa da amiga Elis Regina, ainda mostra em um determinado momento quando ambos passam em frente a uma discoteca e Elis decide entrar para curtir o som de Rita Lee, que alçava vôo solo. Adoniran se recusa a acompanhá-la sob a justificativa de preferir o velho ao novo, se referindo ao novo estilo musical da ex Mutante.

            Infelizmente, Adoniran é até hoje lembrado como sendo “aquele sambista que não teve voz na metrópole”. Mesmo após a sua morte até os tempos atuais, ainda é possível relembrá-lo com suas belas canções regravadas por artistas ilustres da atualidade, como Ivete Sangalo em parceria com Demônios da Garoa em Trem das Onze. Na capital paulista, mais precisamente na rua XV de Novembro, está o Museu de Adoniran Barbosa, no bairro do Bexiga. No Parque do Ibirapuera, um albergue para desportistas carrega o seu nome, assim como também tornou nome de uma das ruas do Bexiga e na Praça Don Orione há um busto em sua homenagem. Adoniran Barbosa ainda é uma praça e no Bairro Jaçanã muito conhecido por uma de suas autorias, possui uma rua com o nome Trem das Onze.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Corrida ao Caos

De Paulo Jordão. O texto procura mostrar o conflito de várias pessoas em um fim de tarde paulistano. Dentro de uma lotação, no trânsito caótico, os personagens expressam suas alegrias, angústias e ansiedades. Com Rafael Vasconcelos, Carol Cardona e outros. Direção de Antonio Netto. Teatro Commune / Rua da Consolação - SP.





Divulgação da peça na Rádio Joven Pam


Material de Divulgação


Material de Divulgação


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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Prêmio Multishow 2010

Por Rafael Vasconcelos

2010 foi “contemplado” com a 17º edição do Prêmio Multishow, tendo como candidatos ao prêmio, “ilustres” nomes importantes para a nossa Música Popular Brasileira.

Todos sabem do meu apreço gigantesco por aquela que considero ser o Cazuza de saias, Maria Gadú. Estreante no prêmio, ela conseguiu desbancar Nx Zero e Pitty, o que é muito válido se tomarmos como base a inteligência musical dos jovens do novo milênio. Não sou um crítico de música e tão pouco um estudioso da área, mas dentre os contatos que tive com os álbuns lançados neste ano de 2010, eu classifico sim, e, acho merecível o prêmio ganho de melhor álbum. Em pouco tempo Gadú conseguiu deixar sua marca no cenário musical atual com lindas canções como, Linda Rosa, Altar Particular e Cila. Vale-se destacar também o dom em que ela apresenta em reeinventar canções como Baba Baby, Doce Mel e a regravação “gracinha” de Quando Você Passa (Turu Turu), gravado originalmente por Sandy e Jr. Em tempo, Shimbalaiê não chegou a se tornar um Arrastão, mas ficou na boca do povo, povo este que escolhem os melhores da música, os deputados, governadores...

Assim como Gadú, a segunda premiação da noite foi para os estreantes no Prêmio Multishow, Vitor e Léo. Dupla sertaneja de pouco mais de 3 anos de sucesso absoluto no Brasil, mostram a cada álbum a seriedade de seu trabalho. Para mim, Vitor e Léo podem ser postos ao lado de Zezé di Camargo e Luciano a qual denomino, duplas da elite sertaneja.

Em seguida foram premiados Melhor Cantor e Melhor Instrumentista, Samuel Rosa (Skank) e Rodrigo Tavares (Fresno). Melhor cantor Samuel Rosa? O Skank já nem são mais uma banda bacana, já perderam o brilho a muito tempo. O que diria Vandré, Jair Rodrigues, Chico, Moacir Gomes, Paulo Molin, Nilton Mendonça, Roberto Amaral (...) E o que dizer de Pixinguinha, Areski, Nino, Pedrinho Mattar, Newton, Pirituba e tantos outros instrumentistas?

O que dizer do prêmio de Melhor Música? Recomeçar de Restart. Mas eu acredito e defendo de que seja exatamente isso de que precisamos, Recomeçar. Como eu queria ter vivido nos tempos da Rua da Consolação, em São Paulo, onde ficava o Cine Rio, que em 1959 foi transformado em Teatro Record; como eu gostaria de ver as premiações do Grill do Guarujá; a Tv Excelsior, auditório do Rio de Janeiro. E pensar que para Premiações do tipo já tivemos Chico Buarque, Meninos Cantores de São Paulo, Elis Regina, Maria Odette, Maysa, Leny Eversong, Geraldo Vandré, Hebe Camargo, paulinho da Viola, Waine Fontana, Gilberto Gil, Nara Leão e tantos outros na disputa dos saudosistas e não vividos por mim, Festivais da Música Brasileira da Tv Record.

E para deixar o evento ainda mais CULT, houve premiação para o melhor clip do TVZÉ, é isso mesmo, categoria TV Zé. Quem abocanhou esta invejada premiação, foi o ilustre Tiago Cardoso com o hit parade, As Máscaras de Claudia Leitte.

Veja você meu caro leitor, na categoria Revelação o meteoro Luan Santana desbancou Hóri. Para quem não entendeu eu irei repetir: categoria REVELAÇÃO, Luan Santana vence de Hóri.
Quem venceu quem?
OK, estou sendo bem crítico. Todos sabem que eu adoro Luan Santana e que acho que tanto o Hóri quanto seu vocalista Fiuk, é um peido bem fininho, ou seja, impossível de escutar; mas gostos particulares a parte e se tratando de Prêmio MPB, fica a questão: categoria Revelação quem é quem dentre a disputa? Ah, claro! Por uma fração de segundo eu quase me esqueci: na concorrência desta mesma categoria esteve o ASTRO TEEN, assim como o classificam, Lu Alone. Agora é sério: QUEM?
Na categoria Experimente (???) quem levou a melhor foram os Móveis Coloniais de Acajú. Marabrás deve ter se recontorcido nas cadeiras do Municipal.

E é claro que ela não poderia faltar! A poeta brasileira. A reencarnação de Vinicius de Moraes, nossa Clarice Lispector contemporânea; àquela que encheu a alma da MPB entre poeiras, berimbais metalizados, festas, arêres com um loby, um hobby, um love com você; e que agora nos presenteia com o ápice da Sinfonia, Acelera. Vevétinha, conhecida também como Ivete Sangalo. E com toda a sua meiguice mascarada, simpatia marketeira e narsisismo batento mais que lexotan, a mais nova representante da música nacional no exterior não pode comparecer ao 17º Prêmio Multishow da Música Brasileira. Calma! Ela gravou um vídeo agradecendo a todos os fãs pelo o bom senso apurado por votarem nela.

O prêmio de melhor DVD Musical foi dado a baianinha Pitty com Chiaroscope, um vídeo que mostra os bastidores da gravação do álbum Chiarouscuro. Quanta Chiarouspice. Mas a noite não foi 100% glamour para a rockeira do vatapá, pois quem levou o prêmio de Melhor Clipe foram os cuti cuti do NX Zero, com o vídeo de Espero a Minha Vez.

Na categoria de Melhor Cantora é ó-b-v-i-o que quem levou foi a veterana e rival de Jesus Luz, Ana Carolina. E não é que a simpática (somente no DVD) já acumula quatro prêmios somando-se ao deste ano? Ana Carolina também embrulhou em seu papel fuleiro os prêmios de 2000, 2006 e 2007.

Mas a premiação mais aguardada da noite foi a da categoria de Melhor Grupo, que foi decidida durante a exibição do evento. E o mega vencedor foi a banda Cine, deixando no pó NX Zero, Skank e Titãs. Banda Cine é o que há entre os grupos musicais do Brasil!




domingo, 7 de novembro de 2010

Arte Grega

Por Rafael Vasconcelos

Meu gosto pessoal pela arte grega se dá principalmente pelas artes plásticas da Grécia Antiga, que tinham basicamente duas funções: decorar a arquitetura da época e ou pedir-agradecer aos deuses do Olimpo.


            O que a deixa ainda mais interessante era a falta de distinção entre os conceitos de arte, isso se falando de arte greco-romana. Na escrita tanto o grego quanto o latim, a mesma palavra era utilizada para o trabalho em escultura, em olaria, em joalheria e ou pintura. Pois o mesmo termo, símbolo, significava a técnica, a habilidade ou uma espécie de conhecimento técnico. Tudo estava associado ao trabalho, à profissão.

            O artesão que executava um determinado trabalho, buscava sempre a perfeição, o conhecimento. Partindo deste precipício, a arte era uma habilidade que poderia ser aprendida e aperfeiçoada.

Um fato curioso deste período é que para os gregos antigos, a música e a poesia, por exemplo, eram classificados em outra categoria de atividade, quase que numa definição do que hoje chamamos de arte. Tratava-se de atividades que não resultavam apenas de uma habilidade específica e sim de um talento pessoal, único, exclusivo de um individuo.

Fora isso, em sua grande maioria as esculturas tinham como finalidade o religioso, ou seja, não eram classificados como obras de arte. Os relevos utilizados então, eram para decorar os templos e os altares com um único objetivo: narrar os mitos. O mesmo era válido para as ânforas que podiam trazer em suas pinturas cenas mitológicas ou simplesmente cenas do cotidiano.

Outro fato que muito me atrai é em relação aos romanos e a arte grega. Pois os romanos, quando dominaram o Império construído pó Alexandre o Grande, acabaram absorvendo a cultura grega, também chamada de helênica. Sendo assim, muito do que sabemos hoje sobre a arte grega chegou até nós por meio dos objetos produzidos e muitas vezes copiados pelos próprios romanos. Ou seja, somos totalmente dependentes da arqueologia para que possamos entender essas sociedades e culturas tidas como berço de nossa civilização. Infelizmente a música se perdeu, até onde se sabe não há nenhum resquício dela, nenhum registro.
Foi graças ao teatro que a poesia da época chegou até nós. Segundo especialistas o que sobreviveu em relação aos textos teatrais, poesias, é em torno de 10% do que foi produzido neste período. Os textos narrativos por sua vez, conseguiram resistir ao tempo. Textos estes considerados os mais antigos da civilização ocidental, em forma de versos, que são os poemas épicos atribuídos a Homero, autor de a Ilíada e a Odisséia, onde são relatados, por exemplo, a vitória da Grécia contra os Troianos, narrando a incrível jornada do Herói Aquiles, Helena, Paris e o cavalo de Tróia, o símbolo mais conhecido até hoje desta epopéia.

Outro ícone que não pode deixar de ser citado, ícone este do desenvolvimento artístico grego, são os inúmeros vestígios de mármore e cerâmica, com o qual se faziam as famosas esculturas.
 
 

Folclore

Por Rafael Vasconcelos           

 Muito já se ouviu em Folclore, sabe-se que se trata de um gênero da cultura popular, constituído pelos costumes e pelas tradições populares que foram transmitidas de geração em geração. São histórias, mitos ou lendas que vem sendo lembrado durante anos.

            Antes dos irmãos Green os contos de fadas, por exemplo, eram histórias criadas pela a população de um determinado povoado com o intuito de levar valores morais as crianças através dos contos. As histórias eram contadas e recontadas oralmente, a cada cultura ela sofria modificações. Não se sabe ao certo qual seria a versão original, uma vez que elas foram contadas e recontadas durante séculos, até que os Irmãos Green decidiram então registrar os contos, restringindo a partir de então a criatividade do coletivo. As histórias passaram a serem recontadas de acordo com o registro do livro. Com o passar dos anos o estúdio cinematográfico Walt Disney se consolidou através das releituras destes contos de fadas, ficando então na memória do mundo todo.

            A Bela Adormecida que na oralidade engravidara do próprio pai e o seu sono não passou de uma noite de refúgio que se desfez com o surgimento de um homem que a salvou do mundo obscuro a que vivia, com os estúdios Disney passou a ser uma bela princesa enfeitiçada que só acordaria de um sono profundo com o beijar do príncipe encantado. A Chapeuzinho Vermelho que fora criada na oralidade para passar a mensagem do certo e errado com uma carga excessiva de sexualidade no conto, como por exemplo, na passagem em que a garota pergunta sobre o tamanho da boca do lobo ao qual tem como resposta, “é para te comer melhor”, esta frase conota o ato sexual em si que com o passar dos tempos virou uma simbologia quase que despercebida aos ouvidos das crianças. Tal história hoje carrega valores morais, como não desrespeitar os pais, por exemplo. Cinderela que na oralidade a perda do sapatinho representava a perda da virgindade da menina que se tornara mulher, com a produção Disney passou a ser apenas um elo de amor entre o príncipe e a borralheira.

            As tradições “contos” orais se modificam de acordo com a cultura que a acolhe, mas ainda assim ela dificilmente cai no esquecimento. Como, por exemplo, os mitos que vovó contava e passava aos nossos pais que repassou a nós e que levamos tais superstições adiante. Cada história trás consigo um objetivo, seja ele ético ou moral. Vários exemplos podem ser citados, porém destacarei alguns que pude ouvir ao longo desses anos e que consequentemente não caiu no esquecimento uma vez que tais mitos populares continuam sendo passados adiante.


·         Muito ouvi mamãe dizer que as unhas tanto dos pés quanto das mãos, não podiam ser cortadas à noite porque o Diabo levava nossas almas enquanto dormíamos. Tal folclore surgiu a partir dos escravos que na época da escravidão, que sempre que seus colonos cortavam as unhas elas os aguardavam adormecer para recolherem suas unhas para que pudessem fazer feitiços de vingança. Influência do Voodo e do Candomblé, este segundo ainda muito presente na cultura popular contemporânea.
·         Ainda na época da escravidão, era comum encontrar escravos com uma das pernas amputadas por tentativa de fuga, se agonizando nos bambuzais dos territórios da fazenda de seu Sinhô. Esta é uma possível e a mais aceitável versão do surgimento da história do Saci Pererê que se estende até os dias atuais e não é raro encontrar uma pessoa mais velha dizendo que é nos bambuzais que os sacis residem.
·         Uma história muito contada entre os mais velhos é também o conto da Vitória Régia, planta típica do Amazonas que se abre ao anoitecer. Tal justificativa para este “abrir” da planta ao anoitecer veio através da história de que uma índia toda noite ia à beira do lago e que certa noite apaixonou-se pela lua. Todas as noites ela voltava para enamorar o que ela então não sabia que se tratava do reflexo da lua na água, até que numa bela noite ela decide abraçar “seu amado” e morre afogada. Diante de tanto amor uma magia acontece e a índia se transforma em Vitória Régia, uma planta que se abre ao anoitecer e que sobrevive apenas nos rios.
·         O velho dito popular dos calçados virados de cabeça para baixa, também é uma herança dos tempos de escravidão. Os escravos acreditavam que o calçado que é a base do ser humano uma vez que estivesse com a parte superior voltada para baixo, era sinal de que a vida do dono do calçado viraria de cabeça para baixo e podendo assim atrair a morte.

Há tantos outros mitos recontados até hoje que não se sabe a origem, como por exemplo, por uma vassoura atrás da porta para que a visita indesejada vá embora. Passam-se os anos os mitos são recontados através dos mais antigos. Hoje temos como referências nossos avós e pais, amanhã nós seremos a referência para filhos e netos e assim tais folclores serão repassados de geração a geração.

A quadrilha – espetáculo

Por Rafael Vasconcelos

A realidade da quadrilha de hoje é o que vem acontecendo com tudo o que um dia fora cultura popular, de massa; virando elite. O que antes era uma representação folclórica da cultura local de cada região do Brasil, hoje vemos estes manifestos se esvaírem dando lugar às plumas e paetês.

 A moda do novo século é luxo. Este luxo está presente tanto nas manifestações modernas quanto nas mais antigas, a quadrilha, por exemplo.

            O carnaval que outrora fora uma brincadeira onde a população saia às ruas fantasiadas e cantando marchinhas, hoje temos mega eventos em locais próprios, como o Anhembi e a Márquez de Sapucaí. Não o bastante com o passar dos anos surgiu então a Micareta. O velho e bom carnaval pernambucano se tornaram num evento de axé, trance, rock e pop. O que antes era de graça, hoje se paga quantias absurdas por um abadá para fazerem parte da chamada Pipoca.

            Assim vem sendo com a quadrilha que da cultura junina regional, escolar e caseira; passou a ser um evento de grandes lucros como em Caruaru, onda há a maior Festa Junina do País.

            Com isso vemos o folclore do nosso país morrer para se tornar uma representação cultural milionária. Portanto cabe a cada um de nós, mesmo em meio a esta “matança” folclórica, divulgarmos e vivenciarmos a cultura como de fato ela sempre foi. Passando de geração em geração e não deixando de organizar a Confraternização Junina nos bairros e escolas, para que desta forma a quadrilha ainda possa manter-se viva do jeitinho como ela veio ao mundo.

Resenha do Livro: O que é Arte? (Jorge Coli)

      Por Rafael Vasconcelos
 O autor nos mostra que um determinado objeto não é mais arte que os outros, só por assim ter sido considerado através dos critérios de um crítico. Pois tal julgamento não atinge um nível elevado e suficiente para ser considerado como obra de arte. Um exemplo muito claro disso é quando Coli faz a associação entre um carpinteiro e um artista, mencionando que o carpinteiro pode apreciar ou até mesmo criticar a qualidade de um móvel, tendo como embasamento os seus conhecimentos. Sendo assim, sua chance de acertar sobre a qualidade do mobiliário é praticamente garantida. Porém, o mesmo não ocorre com o crítico de arte, pois tal questão carrega uma complexidade maior, pois não se dispõe do recurso da objetividade. A construção de um mobiliário é objetiva, a arte, não. O autor também afirma que é necessário ter-se conhecimento do estilo do autor para que se possa reconhecer com facilidade sua produção. Apesar de um autor possuir o seu próprio estilo, com o passar dos tempos ele pode sofrer sutis mudanças, transformando assim a sua estilística.

            Falar de estilos quase chega a ser o mesmo de se falar em rótulos, pois há um valor excessivo atribuído a esta palavra que tem por objetivo confortar os admiradores da arte. Mas dado a complexidade artística ela pode não ser suficiente, pois tudo o que é rotulado se restringe, ou seja, em se tratando de arte isso pode reduzir a uma definição formal e lógica.

            Jorge Coli também menciona a distinção entre o crítico e o historiador. O primeiro apenas analisa, deixando então sua função restrita e seletiva; enquanto o historiador procura evitar os julgamentos de autor, mesmo não conseguindo muitas vezes, deixar certos critérios seletivos de lado. O autor também nos apresenta diversas figuras como, por exemplo, A Sagrada Família de Michelangelo e a Sagrada Família de Pieter Paul Rubens, servindo como objeto de estudo para facilitar a explicação entre os vários planos utilizados por um outro autor.

            Dentre tantos esclarecimentos sobre o que é arte, também trata sobre o evolucionismo autônomo das formas, citando Focilon (1934) e seu livro, A Vida das Formas. Vimos que a vitalidade e conservação da arte ligam-se a fatores que ultrapassam, mesmo ela desempenhando um novo papel exterior e superficial. Mas ainda assim o exterior e superficial não se reduzem a tais fatos, uma vez que eles se dissimulam e caricaturam seu papel de instrumento de prazer cultural e de riqueza inesgotável.

            Mais do que explicações, conceitos, exemplos e comparações, podem-se perceber que a maior comunicação do objeto artístico conosco se faz através da emoção, do espanto, da intuição, das associações, evocações e seduções. Ficou claro que uma obra pode ser descrita e desenvolvida a várias análises, assinalados com um ou outro problema e que podem ser propostas relações e comparações, mas isso tudo são modos se aproximação do objeto artístico e praticamente impossível esgotá-lo.

            Em resumo pode-se dizer que o objeto artístico não pertence ao campo racional.

  • Editora:Brasiliense
  • Autor:JORGE COLI
  • ISBN:8511010467
  • Origem:Nacional
  • Ano:1995
  • Edição:15
  • Número de páginas:131
  • Acabamento:Brochura
  • Formato:Pequeno

Análise da Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa.

Por Rafael Vasconcelos

O texto, O Professor, que abre os volumes dos PCN’s do ensino fundamental diz: “com a intenção de ampliar e aprofundar um debate educacional que [...] dê origem a uma transformação positiva no sistema educacional brasileiro”, mostra claramente a importância de tal documento que envolve complexas questões do ensino da arte, por exemplo.

            Dentro do PCN-arte encontra-se os eixos da chamada, Metodologia Triangular ou Proposta Triangular, defendida por Ana Mae Barbosa na párea das artes plásticas.

            Tais parâmetros expressam que, o conjunto de conteúdos está articulado dentro do processo de ensino e aprendizagem e explicitado por intermédio de ações em três eixos norteadores: produzir, apreciar e contextualizar; (PCN-arte, p. 49).  No Brasil a Proposta Triangular representa a tendência de resgate dos conteúdos específicos da área, na medida em que se apresenta, como base para a ação pedagógica, três ações mental e sensorialmente básicas que dizem respeito ao modo como se processa o conhecimento em arte. Colocando em sintonia com as buscas desenvolvidas no campo do ensino da arte, refletindo o próprio percurso da área. Ajudando assim a consolidar uma nova postura pedagógica e a concepção da arte como uma área de conhecimento específico. Porém, ainda assim há o descompasso entre a realidade das escolas e essa renovação pretendida pelas instâncias regulamentadoras e pelos trabalhos acadêmicos.

            Os PCN-arte, que apresentam uma proposta tão abrangente, não chegam a apresentar de modo claro e objetivo a forma de encaminhar concretamente o trabalho com as diversas linguagens artísticas. As disposições neste sentido são poucas e dispersas pelo texto. Os PCN-arte optam pela organização dos conteúdos por modalidade artítisca e não por ciclo, como nos documentos das demais áreas. Sugerem que, a “a critério das escolas e respectivos professores, [...] os projetos curriculares se preocupem em variar as formas artísticas propostas ao longo da escolaridade, quando serão trabalhadas Artes Visuais, dança, Música ou Teatro”, (PCN-arte, p. 62-63).

            É fácil chegar à conclusão de que a proposta no PCN-arte é ambiciosa e complicada de ser viabilizada na realidade escolar brasileira. Para a aplicação de forma efetiva é necessário que haja recursos humanos qualificados, o que então acaba implicando desde a valorização da prática profissional até às ações de formação continuada e acompanhamento pedagógico constante, sem contar que além de recursos humanos é importante os recursos materiais que atendam às necessidades da prática pedagógica em cada linguagem exigida por ele.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Biografia Oficial de Rick Martin

Por Rafael Cunha de Vasconcelos

Demorou mas já está à venda a biografia oficial de Ricky Martin. Os fãs poderão se deliciar com a verdadeira história do astro, escrito por ele mesmo. Lançado pela Editora Planeta, Ricky Martin EU, promete em 299 páginas despir a alma do autor.

" (...) sou Ricky; mas na vida privada sou kiki, um homem que enfrenta a cada dia os desafios da vida, como todo mundo. Embora a maioria das pessoas que vão ler este livro tenha uma percepção clara de quem eu sou como artista, há uma parte fundamental de mim que muitos poucos realmente conhecem".

O livro vem com a premissa de expor a alma nua e crua de Ricky Martin.

"Conforme fui escrevendo este livro, passei por muitos momentos em que me senti completamente vulnerável. Ao mesmo tempo, porém, houve outros momentos em que me senti animado, livre e feliz por, afinal, deixar o passado para trás". - em um outro trecho Ricky ainda revela - "Escrevi este livro com o coração à mostra. No entanto, antes de continuar, quero deixar claro que, só porque resolvi falar sobre a minha vida, isso não quer dizer que vou falar sobre a vida dos outros. Todo mundo tem direito a privacidade e discrição, por isso resolvi proteger os nomes verdadeiros e características de algumas pessoas".

Apelativo ou não, Ricky cita durante todo o livro sobre a importância da busca interior, do auto conhecimento e da conquista da felicidade interna. Logo na introdução é citado um texto de Mahatma Gandhi.

O autor ainda confessa: " Meu pai uma vez me disse: "Maldito dia em que você entrou no Menudo. Naquele dia perdi meu filho". (...) " "Você passou no teste! você é um Menudo!". Fiquei sem fala (...) mas o mais inacreditável é que me contaram às sete da noite, e às oito horas do dia seguinte eu estava em um avião para Orlando (...) Em menos de 24 horas minha vida havia mudado completamente"

Pela primeira vez Ricky Martin fala abertamente sobre sexo, sem medos, remorsos e pudores: "Quando entrei para o Menudo, não sabia nada sobre sexo, o que até certo ponto era perfeitamente normal, visto que só tinha doze anos. (...) De qualquer forma, apesar de na época ser uma estrela por causa do Menudo, amadureci tarde. Muitos dos meus amigos já tinham feito o papel de arrasa-corações  até estado com meninas. Todos eles na verdade, menos eu".

Em relação a sua primeira transa ele conta, "Era uma garota bonita e eu gostava dela, mas a verdade é que não havia uma sensação de proximidade entre nós, e é por isso que não acho que tenha sido especial. Lembro-me de ficar com a sensação do tipo: "É só isso?", e pensar: "É disso que todo mundo estava falando? Urgh, é horrível!".

Sobre o Menudo ele confessa que sua vontade de sair do grupo era quase maior do que quando sonhava em fazer parte do então fenômeno da época - "Muitas vezes trabalhávamos por 14 horas, cinco ou seis dias seguidos, e no sétimo subíamos em um avião ou ônibus para nos dirigir a outra cidade. Trabalhei tão intensamente quando estava no Menudo que no último ano já estava cheio de estar na banda. (...) Não acho que deixar Porto Rico, ou ter passado um tempo no Menudo, tenha sido de todo bom ou ruim. Foi os dois. (...) Sacrifiquei minha juventude e minha inocência (...)". 

Foi neste período que o astro passou por inquietações em sua vida, momento este em que sua homossexualidade começara a aflorar: "(...) eu realmente perdi algumas coisas essenciais na vida, e toda a incerteza, o medo e a confusão da adolescência não demoraram para me atingir com força quando voltei para casa". (...) "dos doze aos dezessete anos (...) tudo o que eu ouvia era: "Vista isso. Corte seu cabelo assim. Cante isso. Aprenda este esquema de dança. Fale com este jornalista". Nunca tinha a chance de tomar minhas próprias decisões, (...) Durante esses mesmos cinco anos, fui treinado - doutrinado - para personificar um conceito. Fui obrigado a esconder meus sentimentos e minha personalidade a todo custo". (...) "Dizia para mim mesmo: "Não, não quero sentir isso" e me fechava. Era difícil dizer "Amo você", porque o que eu mais temia era a rejeição".


"Ricky Martin escreveu uma autobiografia extraordinária, a história de uma alma torturada que se curou ao retornar a um estado de inocência e autenticidade. Sua história falará diretamente aos leitores por ser, em certo sentido, uma história de humanidade - do sagrado coração e do profano, de desejo proibido e amor incondicional. É preciso coragem para ser tão cruelmente honesto e transparente, mas só este tipo de coragem e esse tipo de amor podem curar o mundo. Bravo!" - DEEPAK CHOPRA

NOTA DO AUTOR: Não terminei de ler a biografia, mas confesso de ante mão que a leitura está sendo muito agradável, e mais, Ricky faz confissões, afirmações e citações que me tocam de verdade. Mesmo para os não fãs, a leitura é recomendável. 

A poética estética e cultural das artes de Dorival Caymmi.

Por Rafael Cunha de Vasconcelos

Caymmi foi o rei do mar, o cancioneiro do oceano e um harmonizador por força da intuição.


          Muito mais que cantor, compositor e intérprete da música e do cinema, Dorival Caymmi é pintor. Chegou a pensar em virar um profissional da arte plástica, de tanto que elaborou paisagens e retratos da sua amada terra natal, a Bahia, em seus momentos de ócil, da mesma forma como havia se tornado um artífice dos sons. Porém, houve em sua obra um abismo entre um código e outro, entre as paletas de tintas e as quadraturas do violão. Sua música foi a principal e a maior fonte de elementos para suas pinturas, de forma que suas telas ficaram propriamente ditas a um mero recurso da inspiração. Em seus quadros é notável vez ou outra a presença de uma personagem ou de um fenômeno natural, mas sua pintura se traduziu especificamente em representações de notas, escolhidas com zelo, cuidado e intuição para que pudesse mimetizar os fatos e as formas do seu universo.

         O amor pela pintura se tornou uma constante na vida de Caymmi. O convívio com Volpi, Rebolo, Pancetti e Graciano, no Clube dos Artistas e Amantes das Artes, conhecido também como Clubinho, em São Paulo, foi um dos mais importantes estímulos para a sua crescente atividade na pintura. Como Caymmi mesmo definiu, seu estilo era acompanhar toda a querela entre o abstracionismo e o figurativismo, mas nunca chegar a uma posição definitiva. Se considerava um lírico da pintura. Gostava da harmonia das cores e tinha a consciência de que não podia se desprender da forma. Além de paisagens, Caymmi pintou auto retratos, amigos e familiares.

         Uma análise mais aprofundada em Caymmi nos leva a constatação de que ele pode ser designado como o artista figurativo no sentido mais profundo da expressão. O compositor lançou mão de um vasto vocabulário harmônico, mais amplo que o até então utilizado na música popular brasileira para criar crônicas por meio de versos de inspiração folclórica. As melodias, seu tesouro maior, nasceram dentro de tais balizas. Caymmi era um artista que compunha “de ouvido”. As idéias sonoras por vezes começavam por um simples refrão ou uma trova popular, quase que por uma obstinação recorrente que terminava por desencadear um raciocínio mais amplo, mas que sempre retornava à noção inicial, dentro do esquema de rimas [A-B-A] da forma clássica da canção.
Suas canções foram depuradas ao longo dos 70 anos de carreira com um perfeccionismo inédito na música popular brasileira, tal quais estas canções se formaram num clube fechado. Para que pudesse ingressar na confraria, a canção aspirante precisava observar pré requisitos com equilíbrio, ordem, beleza clássica, regularidade, harmonia liberta das amarras formais, mimetismo natural e um certo sabor evocativo do folclore e do samba urbano. O teste do criado em relação a suas criaturas sempre foram feitas de formas rigorosas.

          Caymmi compunha com tamanha poeticidade e realeza, que as canções pareciam terem nascidas por geração espontânea, de tão naturais soam aos ouvidos. Parecem acontecimentos vindos diretamente da natureza para nossa sensibilidade, nos presenteando com manifestações involuntárias de brasilidade e baianidade.

          Caymmi utilizou de todo o tipo de recurso a seu alcance para enaltecer o amor a Bahia, o amor ao mar e ao amor a mulher brasileira. Como recursos havia tonalidades, modalidade e cromatismo. Só não avançou pelo atonalismo por uma espécie de apego a uma pressuposta “ordem natural”, que ele respeitava como atmosfera necessária para suas obras.
Tanto na música quanto na arte plástica, Caymmi usou de um recurso que somente ele sabia como fazer com grandeza e simplicidade, a emoção. Suas canções eram quase como orações, e suas telas a imagem do “santo”. Tal recurso pode livremente ser analisado em uma das suas mais ricas composições, O Mar, de 1942. Nos compassos introdutórios, desenha-se um prelúdio seguido de sua voz grave e mansa, quase que um canto erudito. Na canção Suíte dos Pescadores, Caymmi insere a suíte como recurso de linguagem popular brasileira, como numa obra erudita, a suíte compreende diversos movimentos ou estâncias, ora psicológicas, revezando gêneros como a ladainha, o samba, o hino, o recitativo e a ária. O autor atuou como um enciclopedista que recolhia ritmos e gêneros comuns entre os pescadores da Bahia dos anos 40. Usou também recursos evocativos de tipos urbanos populares, revelando em suas harmonias algo simples ou até mesmo retrógrada. 

          Caymmi sempre defendeu a idéia de que suas canções teriam quase que obrigatoriamente, retratar a crônica de uma época, a linguagem de uma gente.

          Nas canções Só Louco e Não tem Solução, ele faz o retrato íntimo de uma desilusão amorosa, momentos raros em que o compositor saía do mar e mergulhava brilhantemente no coração humano. Em Doralice, manifestou a ironia de um amante desprezado. Em A Preta do Acarajé e Balaio Grande, fez painéis de tipos da cultura de rua. Um de seus maiores clássicos Modinha para Gabriela, o ouvinte se depara com um auto-retrato de uma personagem, um episódio dramatizado, teatral. O Mar e A Lenda do Abaeté descortinam marinhas. A primeira nota-se uma aquarela onde acontece em doces pinceladas melódicas, só quebradas pela modulação, que metaforiza a mudança da maré. A segunda é elaborada em semitons carregados e repetições em colcheias pontuadas, como se invocasse as tintas pesadas a óleo. A música em jogo, entretanto, ultrapassa a idéia da pintura, a metáfora e as análises gramaticais.

          Na pequena obra de pouco mais de centenas de canções em 70 anos de carreira de Dorival Caymmi, sílabas e notas se combinaram para formar um organismo artístico de grande durabilidade. Suas composições pintaram retratos e paisagens com a força da natureza adestrada por uma intuição superior, invocando um figurativismo inaugurador de um paradigma funcional e eclético de representação na canção brasileira.


REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

  • Paranhos, Adalberto, A música popular e a dança dos sentidos: distintas faces do mesmo. Revista ArtCultura, Minas Gerais. n.9, p. 22-31, jul-dez.2004.
  •   Caymmi, Stella. Caymmi e a Bossa Nova. O portador inesperado (1938 a 1958). Rio de Janeiro: Ibis Libris, 2008. 144p.
  •  Bispo dos Santos Junior, Ivanildo. Poesia e memória cultural. Uma análise das principais influências do imaginário das águas português em composições de Dorival Caymmi. Revista de Estudo Linguisticos e LiteráriosPatos de Minas: UNIPAM (2): 59-66, nov. 2009.
  • Caymmi, Dorival. Caminhos do mar. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/dorival-caymmi/924242/>. Acesso em: 27 set, 2010a.
  • Caymmi, Stella. Dorival Caymmi. O mar e o tempo. Rio de Janeiro: Editora 34, 2001. 648p.
  • Almir, Chediak. Dorival Caymmi. Songbook, Vl 2. 3º Edição. São Paulo: Editora Lumiar, 1994. 142p.
  •  Taborda, Felipe. A Imagem do Som de Dorival Caymmi. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2004. 180p.
  •  Teresa Aponte Caymmi, Stella. O portador inesperado. A obra de Dorival Caymmi (1938-1958). Dissertação de Mestrado, Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2006. 146p.


 OBS: Todo o conteúdo é de total responsabilidade do autor.

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